“O poder só é efetivado enquanto a palavra e o ato não se divorciam, quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais, quando as palavras não são empregadas para velar intenções, mas para revelar realidades, e os atos não são usados para violar e destruir, mas para criar relações e novas realidades.” (ARENDT, Hannah Condição Humana, 2007, p. 212)

19 DE MARÇO - DIA DO ARTISTA PRINCESENSE

                                                              
Recebemos do Historiador, princesense e amante de Princesa um desabafo a respeito do DIA DO ARTISTA princesense, dia que também é celebrado o nascimento de Francisco Soares de Araújo – Canhoto da Paraíba, nos acostamos ao desabafo por entender que não basta termos a data no calendário é preciso que se tenha a data na mente, na programação e que a mesma vire data importante no calendário da cidade, assim como outras datas comemorativas, é preciso que a população saiba dizer que o dia 19 de março além do dia de São José representa mais para o povo de Princesa Isabel. Nas datas importantes costumamos fugir um pouco da nossa linha jurídica e nos acostamos aos eventos sociais, passamos transcrever o desabafo:

19 DE MARÇO  
DIA DO ARTISTA PRINCESENSE
DIA DO NASCIMENTO DE FRANCISCO SOARES DE ARAUJO - O CANHOTO DA PARAIBA
DIA DO ARTESÃO
DIA DE SÃO JOSE (MARCENEIRO)

Como se pode ver, um dia especial para nós princesenses. Criado por Lei Municipal de 2009, por sugestão nossa e aprovada pelos Vereadores da época. Comemorada em alto estilo em 2010, com atividades nas escolas municipais, feira de arte e artesanato princesenses, exposições, entrega de trofeu artistico "Canhoto da Paraiba" (criado por lei Municipal) a artistas locais, entrevistas na Radio Princesa, apresentação de grupos musicais locais e de Pernambuco. Em 2011, repetiu-se a mesma programação, tendo como homenageado principal o músico Manoel Marrocos.

E em 2012?
Falta de interesse, falta de planejamento antecipado, falta de recursos, e sob efeito da "tsunami" politica que nos afoga a todos, nada foi programado, a exceção de pequenas ações pontuais promovidas pelos ainda motivados pela questões culturais dessa terra rica em tradições e pobre em vontade política.

Em setembro passado, o povo pernambucano nos deu de presente o nome da rodovia Flores - Princesa ao nosso maior artista - Canhoto da Paraiba. E o que foi que fizemos? Nem sequer uma moção de aplausos saiu de nossos Vereadores aos promotores deste presente. Menos ainda uma contrapartida de nossa Prefeitura para marcar o evento que unia dois nomes ilustres - Canhoto da Paraiba e Gonsaga Bento, no encontro das rodovias que ligam Flores -Princesa, que agora levam o nome dos dois.

Muito já foi feito nos últimos anos para preservar a memória princesense do nome e da obra do genio musical Canhoto da Paraiba, reconhecido nacionalmente como tal. Não basta ter estes eventos em grande estilo de forma não sistemática. É preciso inclui-los no calendário festivo, turistico e comemorativo de nosso municipio. Alem disso, será atraves desses momentos culturais que a nova geração vai ter conhecimento do que melhor temos, garantindo assim a continuidade cultural e sustentabilidade das ações.

Se não valorizar-mos nomes como Canhoto, Marrocos, Enoc Cavalcanti, João Batista Siqueira, Mestre Belinho, Alcides Carneiro e tantos outros, como saberemos valorizar os outros bens culturais que fazem parte de nosso patrimonio cultural? Como valorizar a dança, artes plásticas, patrimonio arquitetônico, paisagistico, folclore e tradições locais, historia e tudo que compõe a personalidade única dos que aqui vivem, se não o fizermos com as maiores figuras que esta terra já produziu? Se perdermos tudo isso, podemos trocar o nome do Municipio de Princesa Isabel, terra dos princesenses, por qualquer nome, como Noviorque , passando a noviorquinos. Ninguem vai notar a diferença, pois não haverá nada a nos distinguir, senão por certos defeitos, que me parecem genéticos de tão arraigados.

Oxalá uma nova geração de  politicos, , lideranças sociais, professores, educadores, e  sociedade em geral,  com o avançar da educação e do mundo da informação, nos tire desse atraso secular e nos dê a chance de aprender a valorizar o que em 250 anos de história, em lento processo de evolução, fez-nos diferentes para merecer o apelativo de Princesense.
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Francisco Florencio - em reencontro com suas raízes



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