“O poder só é efetivado enquanto a palavra e o ato não se divorciam, quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais, quando as palavras não são empregadas para velar intenções, mas para revelar realidades, e os atos não são usados para violar e destruir, mas para criar relações e novas realidades.” (ARENDT, Hannah Condição Humana, 2007, p. 212)

O DRAMA DA PAIXÃO DOS INJUSTIÇADOS – Segundo o Evangelho da Cidadania


Em tempo de comemoração da Paixão e morte de Jesus Cristo, historiador princesense encaminha para publicação no Blog o Drama da Paixão dos Injustiçados, como em datas especiais costumamos abrir o espaço do blog para outros assuntos, passamos a mostrar o texto do referido historiador:

Cidadãos das Brasileias:

O conterrâneo Zé Duarte, do blog www.duartelima.com.br, em “post” alusivo à Semana Santa, fez  uma interessante correlação desta,  com a paixão politica que incendeia a paróquia princesense. Foi a inspiração que precisei para levar este drama bimilenar a cenário mais amplo que o da politiquice personalista que inferniza nosso micromundo e desvia- os de um olhar mais critico da realidade politica feroz, que nos impede de termos democracia e cidadania plena.  Os atores desse drama são os mesmos, em papeis identicos, e cenarios comuns por todos  as Brasileias deste imenso Brasil.

DRAMA DA PAIXÃO  DOS INJUSTIÇADOS  Segundo o Evangelho da Cidadania
Periódicamente, nos pequenos mundos das Brasileias, falsos profetas anunciam paraisos se poder a eles for dado. Cer cam-se de discípulos, de nomes diferentes, mas sobrenome Judas em comum. Celebram o Nefando Banquete, onde se fartam em pratos cheios de moedas tomadas ao povo. No final, junto com aliados fariseus, escribas vendedores de letras e acobertados por Césares de terra longinquas, condenam o povo ao sacrificio, tirando o que lhe pertence e au mentando-lhe ainda mais os encargos.

Julgado e condenado sem culpa formada,segue este, em Via Sacrificada, surrado, espoliado, maltratado, ao longo de anos, mesmo séculos, até o destino final, o Calvário da Cidadania.

Ao longo do caminho, o povo vai escolhendo seus algozes, que lhe darão coroas de espinhos e lhe espetarão pregos à cruz que o espera. A crucificação é em massa, e a vítima agonizará, gritará seu sofrimento, clamará por ajuda divina, para alivio de sua fome e sede.

Longe do calvário, abutres e algozes a tudo assistem sem emoção. Vez ou outra, algozes ainda mais sádicos, oferecem uma esponja úmida para alivio da sede dos torturados, de quem aguardam ansiosos, em troca, um sorriso e agradeci ento pelo gesto tão piedoso.

Não há mais ladrões crucificados ao lado do povo. Só alguns idealistas, sonhadores, republicanos, democratas, huma- nistas, que resistem às tentações e benesses oferecidos pelos falsos profetas, e por isso são tambem condenados a dividir   sofrimento com os que eles defendem.

Ouve-se de tempos em tempos o clamor sofrido dos crucificados: JUSTIÇA, JUSTIÇA, PORQUE NOS ABANDO NASTES? Ou o grito dos ainda conscientes: HISTORIA, HISTÓRIA, NÃO OS PERDOE,  POIS ELES SABEM O QUE FAZEM!

Em Jerusalem, o Profeta morreu e depois ressuscitou. Nas Brasileias, o povo continua crucificado, morrendo aos pouquinhos, mas teimosamente vivo, no aguardo do Messias que os leve ao Paraiso da Cidadania.
Pode demorar, mas esse dia vai chegar.

Pelo Neo-Evangelista Franciscus Florentius




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