“O poder só é efetivado enquanto a palavra e o ato não se divorciam, quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais, quando as palavras não são empregadas para velar intenções, mas para revelar realidades, e os atos não são usados para violar e destruir, mas para criar relações e novas realidades.” (ARENDT, Hannah Condição Humana, 2007, p. 212)

Rejeitado proposta que concedia 13º para beneficiários do Bolsa Família




Na última quarta-feira (29/05) a Comissão de Seguridade Social e Família rejeitou o Projeto de Lei (PL 7892/10) que concede aos beneficiários do Programa Bolsa Família uma parcela adicional no mês de dezembro, correspondente ao 13º salário dos assalariados. A proposta é do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).

Segundo a proposta, a parcela terá valor correspondente ao maior valor recebido pelo beneficiário ao longo do ano.

A deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), relatora da proposta, apresentou parecer pela rejeição afirmando que não deve ser comparado os benefícios transferidos no âmbito do referido programa com os rendimentos dos trabalhadores do setor público e do setor privado. 

“Não há que se comparar bonificação paga aos trabalhadores urbanos e rurais, bem como aos aposentados e pensionistas, com benefício concedido para minorar a condição de pobreza de pessoas em situação de vulnerabilidade social”, argumentou a relatora, que ponderou ainda, que os “benefícios assistenciais não possuem natureza salarial nem de seguro social, carecendo, portanto, de amparo constitucional a extensão de tal gratificação aos beneficiários da assistência social”.

Parte do projeto que determina que o benefício passará a ser reajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também foi rejeitado pela relatora.

Rosinha citou nota técnica da Consultoria de Orçamento da Câmara e afirmou que “o histórico dos reajustes aplicados ao valor dos benefícios revela que, não raro, estes se mostraram desvinculados das variações inflacionárias, confirmando a posição defendida pelo governo federal de repelir qualquer tipo de indexação das tabelas em vigor”. Hoje, não há obrigação de que o governo reajuste os valores do Bolsa Família.

O texto tem caráter conclusivo e ainda será examinado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Clique aqui e veja a íntegra da proposta (PL-7892/2010).

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