JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA - Verba de plano de demissão voluntária não está sujeita à incidência de IR
31 de outubro de 2016, 15h17
As verbas vindas de plano de demissão voluntária não estão sujeitas à
incidência de Imposto de Renda. Trata-se de jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça reafirmada pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região,
que negou recurso da Fazenda Nacional e determinou a devolução do Imposto de
Renda Retido na Fonte em decorrência da rescisão de contrato de trabalho de um
metalúrgico, resultante de plano de demissão voluntária (PDV).
A União apelou ao TRF-3 argumentando não se tratar de rescisão voluntária,
pois não houve adesão ao PDV, mas sim demissão do autor sem justa causa por
decisão arbitrária da empregadora.
Sustentava ainda que o metalúrgico havia preferido não ingressar com
ação própria para ser reintegrado à empregadora, optando pela conversão da
reintegração em pecúnia. Nesse caso, trataria de remuneração com efetivo
acréscimo patrimonial, passível de tributação pelo Imposto de Renda, na forma
do artigo 43 do Código Tributário Nacional (CTN).
“A jurisprudência reiterada da Corte Superior, no sentido de que o
ressarcimento pela despedida sem justa causa de empregado, legalmente
contemplado com estabilidade provisória, configura, independentemente de PDV,
indenização e não remuneração, não havendo que se cogitar, pois, de violação ao
artigo 43 do CTN”, disse o desembargador federal Nelton dos Santos, relator do
caso.
O autor era funcionário com estabilidade motivada por acidente de
trabalho junto a uma metalúrgica, tendo aderido ao acordo coletivo de trabalho
feito entre a empresa e o sindicato da categoria para seu desligamento.
“Considerando a natureza da verba rescisória, à luz da prova produzida
nos autos e da jurisprudência consolidada, deve ser excluído da incidência do
imposto de renda, uma vez que decorre da estabilidade acidentária e não de
liberalidade do empregador, configurando assim nítido caráter indenizatório”,
conclui.
Por fim, a 3ª Turma manteve a
condenação da União ao pagamento das diferenças apuradas, sendo que a
restituição dos valores retidos com correção deverá ser corrigida
monetariamente. Além disso, deve arcar com o pagamento de honorários
advocatícios no percentual de 10% sobre o valor dado à causa. Com
informações da Assessoria de Imprensa do TRF-3.
Apelação 0000830-71.2015.4.03.6126/SP
http://www.conjur.com.br/2016-out-31/verba-plano-demissao-voluntaria-nao-sujeita-ir
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